quinta-feira, 20 de agosto de 2015

SANTA MIRIAM DE JESUS CRUCIFICADO


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SANTA MIRIAM DE JESUS CRUCIFICADO (canonizada em 17/5/2015)

A “pequena árabe” Miriam de Jesus Crucificado foi agraciada por numerosos fenômenos místicos, humanamente inexplicáveis, mas bem documentados.
Jorge Baouardy e Maria Chayin, seus pais, após terem 12 filhos homens que morreram ainda bebês, peregrinaram a Belém para pedir a Nossa Senhora uma menina, prometendo dar-lhe, em gratidão o nome de Maria (Mariam, ou Miriam). Voltaram a pé, caminhando outros 170 km até Abellin, onde no dia 5 de janeiro de 1846 nasceu MIRIAM, na Galiléia, Israel.


Depois nasceu ainda outro filho, o Paulo.
Ainda pequenina, Miriam, ganhou uns passarinhos e após banhá-los, acabaram morrendo. Ela então, foi enterrá-los e ouviu uma voz: “TUDO PASSA! SE ME DERES TEU CORAÇÃO, FICAREI SEMPRE CONTIGO.”
Quando Miriam tinha apenas 3 anos seu pai adoeceu gravemente e sentindo chegar o fim de sua vida, diante de um quadro de São José, orou: "Grande santo, aqui está a minha filha. Nossa Senhora é sua Mãe, olhe também por ela, sirva-lhe de pai, você que cuidou tão bem do Menino Jesus."
Em seguida olhou para o quadro de Nossa Senhora e falou com fervor espiritual: "Querida Senhora e Mãe Maria, já que a Senhora nos ouviu em Belém e nos deu esta filhinha, com o mesmo nome da Senhora, quero consagrá-la inteiramente ao seu maternal Coração". Alguns dias depois faleceu. Logo depois faleceu também a mãe e o tio paterno de Miriam a adotou. Paulo, com apenas 1 ano foi adotado pela tia materna e Miriam nunca mais o viu.
Com cinco anos já jejuava todos os sábados em honra a Nossa Senhora. Desde os 7 anos a cada sábado se confessava e suplicava que o padre a deixasse comungar, embora não tivesse a idade exigida. Meses depois o sacerdote o permite. Ela, então, radiante de felicidade comunga o corpo e o sangue de Cristo e vê Jesus entregando-se a ela sob a aparência de um lindíssimo menino.
Chegando aos 13 anos, conforme costume daqueles tempos no oriente, os pais decidiam o casamento dos filhos com autoridade radical.
Miriam recebe a notícia que foi prometida em casamento ao irmão de sua tia. Quando ela recebe a data do casamento fica apavorada. De seu coração sobe a voz ouvida outrora no jardim de Abellin: “TUDO PASSA! SE ME DERES TEU CORAÇÃO, FICAREI SEMPRE CONTIGO.” Miriam passa a noite em oração diante da imagem da Virgem Santíssima. Ao cochilar, escuta um murmúrio: “MIRIAM, EU ESTOU CONTIGO; faze o que EU TE INSPIRAR, EU TE AJUDAREI”. Sem hesitar, ela corta suas longas tranças de cabelos e os mistura com as jóias recebidas do noivo e dos parentes.

O tio a esbofeteou e a chicoteou e como castigo colocou-a na cozinha, tendo que obedecer às escravas. Entretanto no coração de Miriam havia alegria, chegando a dizer mais tarde aludindo a este fato: "um passarinho parecia cantar dentro do meu peito"

Na noite de sete para oito de setembro de 1858, diante de um muçulmano que queria fazê-la maometana, professa em alta voz: “Eu, muçulmana? Jamais! Sou filha da Igreja Católica, apostólica e romana e espero, com a graça de Deus, perseverar até à morte na minha religião, a única verdadeira”.
Com um golpe de cimitarra, o islamita cortou-lhe o pescoço, e jogou seu corpo numa ruela deserta.
Miriam revelou que morreu realmente e viu o trono da Santíssima Trindade, Cristo em sua humanidade, Nossa Senhora, São José, anjos e santos e seus pais. Então alguém disse-lhe: você é virgem, sim, mas o seu livro não está acabado. Desfeita a visão, encontra-se dentro duma caverna com uma freira de azul, que lhe sorria e lhe conta como a trouxe da ruela e costurou seu pescoço. Seu sorriso era cativante e seu hábito e véu de cor azul celeste. Miriam sentiu um bem estar tão grande, que esqueceu todos os maus tratos recebidos.
A freira cuidou dela como verdadeira mãe, durante quatro semanas, dentro da caverna e ela sarou. Depois Miriam percebeu que a religiosa era Nossa Senhora.
Mais tarde, já como religiosa, quando os médicos examinaram sua traquéia vazia em certos anéis do pescoço, não compreenderam como pudesse estar viva e como pudesse ainda falar, faltando dentro da garganta algumas partes essenciais.
Em Marselha, um médico ateu confessou, ao examinar seu pescoço cicatrizado: "É impossível viver neste estado e ainda ter voz." E concluiu: "Deve existir Deus."
Após sua cura, Miriam começa a trabalhar como empregada doméstica. Durante uma comunhão, é levada em êxtase ao Céu, ao inferno e ao purgatório e recebe a ordem de jejuar a pão e água durante um ano, em expiação aos pecados de gula praticados no mundo e de se vestir pobremente para expiar as faltas de pudor e excessos de luxo.
Algumas vezes era seguida por um senhor com uma criança no colo que lhe disse sorrindo: “Sei que entrará no convento. Vou acompanhar até chegar lá.” Miriam não teve dúvida de que era São José.
Torna-se carmelita, assumindo o nome de irmã Miriam de Jesus Crucificado. Assim como santa Clara, vê acontecimentos à distância. De dentro do Carmelo vê o fuzilamento dos reféns da comuna em Paris, via Pio IX, viu o conclave que elegeu Leão XIII... . Possuía também o fenômeno da bilocação.
Em agosto de 1866, rezando na capela, viu no sacrário Jesus com as cinco chagas e a coroa de espinhos. Ouviu Jesus dizer à sua Mãe prostrada diante dele: “Como ofendem o meu Pai”. Miriam então, coloca a mão na chaga do lado e diz: “Meu Deus, por favor, passai para mim esse sofrimento, mas tende piedade dos pecadores.” Miriam começa a apresentar também os sinais dos estigmas.
Miriam previu ainda que Jesus permitiria que durante 40 dias satanás a atormentasse e tivesse poder sobre seu corpo mas sua alma ficaria resguardada. Entrou nela uma legião de demônios. Queriam arrancar-lhe o grito: “Senhor, chega de sofrer!” Eles a torturam tentando arrancar-lhe a palavra “estou sofrendo”, porém, Miriam, longe de reclamar, diz: “Ofereço o meu sofrimento a Jesus e estou disposta a suportar o que ele quiser, com prazer e amor. Sede louvado, meu Deus!”. Terríveis contorsões a levantam e a tornam rígida e diz: “Só poderei dizer que amo Jesus, mesmo que o meu corpo seja trucidado, moído como farinha. Foi Deus quem nos deu o corpo, sacrifiquemo-lo por ele”. Preferia antes morrer nas garras do demônio a que se afastar de Cristo.
40 dias depois da primeira possessão diabólica o seu rosto desfigurado pelos sofrimentos repentinamente se transfigura num semblante radiante e angelical, Miriam é então agraciada por 4 dias de possessão angélica. As freiras queriam ficar ao lado da irmã, mas o anjo através dela diz: “Cordeirinhos, Nossa Senhora conhece o seu desejo de ficar junto do pequeno nada, mas ela quer que cada qual vá cuidar de seus afazeres; ela ficará com vocês. Poderão voltar à hora do recreio, uma vez que a regra o permite.” Perguntado quem era o anjo disse: “Sou um dos que sobem e descem”, “sou o anjo de Maria”.
Exclamações de santa Miriam:
- Durante êxtase: “Deus instala sua morada na alma simples e humilde. Entre Jesus e o orgulhoso está um bloco de rocha. Entre Jesus e a alma humilde apenas existe uma cortina transparente. A alma humilde já está no céu e se alegra do mesmo modo como na terra e no céu. O humilde é mais agradável a Jesus e consolador, do que a chuva prolongada em uma terra ressequida.”
- Em êxtase exclamou triunfalmente: "Como é linda a família do céu. Lá tenho o Pai do Céu, nosso Irmão Jesus, o Espírito Santo, amor pessoal do Pai e do Filho, minha Mãe, meu papai José, todos à minha espera. O padrinho profeta Elias está acenando. A querida Teresa de Jesus já está me chamando. Como é celestial viver o espírito de família na terra, que é o ensaio da vida familiar no céu. Somos imagens de Deus família. É o único instinto de cada criatura humana".
- “Se me querem encontrar depois da morte ...comunguem.”
De fato, a comunhão com Jesus realiza a comunhão dos santos.
Na hora da morte, dia 26 de agosto de 1878, sugeriram-lhe a invocação: meu Jesus, misericórdia! Ela disse: ”Oh, sim, misericórdia!” Fizeram-lhe beijar o crucifixo, deram-lhe a última absolvição e ela entregou sua alma ao Criador, com um sorriso celestial.
Ainda após a morte outro sinal extraordinário que confirmou o nome que ela assumiu: seus braços se abriram em forma de cruz! Foi preciso a prioresa dar ordens em nome da obediência para que pudessem colocar a tampa do caixão. Obedeceu até depois de morta.


Bibliografia: “Mariam a carismática” – Pe. Amedee Brunot, Ed. Loyola; “O Nadinha da Pequena Arabe”- Pe. Afonso de Santa Cruz

terça-feira, 2 de junho de 2015

SÃO PEDRO

SÃO PEDRO, PRIMEIRO PAPA.
Um dito popular diz que Deus não escolhe os capacitados mas capacita os escolhidos. De fato, Simão, a quem o Senhor deu o nome de Pedro, assim como nós, era cheio de fraquezas e pecados "E EXCLAMOU: 'RETIRA-TE DE MIM, SENHOR, PORQUE SOU UM HOMEM PECADOR'"(Lc.5,8) e Jesus, mesmo sabendo da verdade desta confissão de Pedro, disse: "NÃO TEMAS; DORAVANTE SERÁS PESCADOR DE HOMENS."(Lc.5,10).
Quando Jesus prometeu dar-nos o seu corpo e sangue em alimento "MUITOS DOS SEUS DISCÍPULOS SE RETIRARAM E JÁ NÃO ANDAVAM COM ELE. ENTÃO JESUS PERGUNTOU AOS DOZE: 'QUEREIS VÓS TAMBÉM RETIRAR-VOS?' RESPONDEU-LHE SIMÃO PEDRO: 'SENHOR, A QUEM IRÍAMOS NÓS? TU TENS AS PALAVRAS DA VIDA ETERNA."(JO.6,66-68) Não é por acaso que são João narra que foi Pedro (primeiro papa) que deu tal resposta. Assim, a Igreja Católica permaneceu fiel desde Pedro, não somente na observância da Palavra de Deus mas também na crença da presença real de Cristo na Eucaristia, ao contrário de tantas denominações cristãs que a exemplo dos discípulos que se separaram, não acreditam em tal presença.
Pedro, pouco antes da prisão e morte de Jesus, garantiu-lhe - "SENHOR, ESTOU PRONTO A IR CONTIGO TANTO PARA A PRISÃO COMO PARA A MORTE"(Lc.22,33) e tentou mesmo defender Jesus decepando a orelha de Malco; porém, depois que Jesus curou a orelha decepada e disse a Pedro: "ENFIA A TUA ESPADA NA BAINHA! NÃO HEI DE BEBER EU O CÁLICE QUE O PAI ME DEU?"(Jo.18,11), Simão parece ter perdido a coragem, fugiu e seguiu Jesus de longe, pouco depois, por três vezes negou que o conhecia e não o acompanhou até o Calvário, onde foi crucificado.
Entretanto, depois de receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes, Pedro deixou-se transformar profundamente por ele e naquele mesmo dia, cheio de coragem fez um discurso e "OS QUE RECEBERAM A SUA PALAVRA FORAM BATIZADOS"(At.2,41), cerca de três mil pessoas!
QUO VADIS DOMINE?
"Uma antiga tradição da Igreja de Roma conta que o Apóstolo Pedro, saindo da cidade para fugir da perseguição do Imperador Nero, viu que Jesus caminhava na direção oposta e, admirado, lhe perguntou: «Para onde vais, Senhor?». E a resposta de Jesus foi: «Vou a Roma para ser crucificado outra vez». Naquele momento, Pedro entendeu que devia seguir o Senhor com coragem até o fim, mas entendeu sobretudo que nunca estava sozinho no caminho; com ele, sempre estava aquele Jesus que o amara até o ponto de morrer na Cruz." (papa Francisco na JMJ - Rio)
Sendo condenado à cruz, e não achando-se digno de morrer como Cristo, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo! Assim, finalmente Pedro cumpriu sua promessa a Jesus de acompanhá-lo por amor à prisão e à morte!
PRIMADO DE PEDRO
Foi a este apóstolo que Jesus declarou: "TU ÉS PEDRO E SOBRE ESTA PEDRA CONSTRUIREI A MINHA IGREJA E AS PORTAS DO INFERNO NUNCA LEVARÃO VANTAGEM SOBRE ELA. EU TE DAREI AS CHAVES DO REINO DOS CÉUS, E TUDO QUE LIGARES NA TERRA SERÁ LIGADO NOS CÉUS, E TUDO O QUE DESLIGARES NA TERRA SERÁ DESLIGADO NOS CÉUS"(Mt.16,18-19). Evidentemente Jesus prometeu que a Igreja que Ele edificou sobre Pedro prevaleceria sobre as potências do inferno não somente durante a vida terrena de Pedro, mas para sempre, também com os romanos pontífices, que sucederam a Pedro desde a sua morte. Assim como Pedro, seus sucessores, os papas, têm suas fraquezas humanas mas são iluminados pelo Espírito Santo e "o Pontífice Romano goza de infalibilidade quando na qualidade de pastor e doutor supremo de todos os fiéis, e encarregado de confirmar seus irmãos na fé, proclama, por um ato definitivo, um ponto de doutrina que concerne à fé e aos costumes"(cf. Catecismo da Igreja Católica, 891).
"FELIZ ÉS, SIMÃO, FILHO DE JONAS, PORQUE NÃO FOI A CARNE NEM O SANGUE QUE TE REVELOU ISTO, MAS MEU PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS."(Mt.16,17)
"EU ROGUEI POR TI, PARA QUE A TUA CONFIANÇA NÃO DESFALEÇA; E TU, POR TUA VEZ, CONFIRMA OS TEUS IRMÃOS."(Lc.22,32)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Santa Teresinha do Menino Jesus

SANTA TERESINHA DO MENINO JESUS (1º de outubro)
Santa Teresinha e as missões
Teresinha nunca pôde deixar o seu Carmelo para ir evangelizar em terras distantes, embora tenha acalentado o sonho de ir para o Oriente e ali viver sua vocação ao amor. Seu desejo de ser missionária era tão intenso que chega a confessar que não desejava sê-lo somente durante alguns anos, mas desde a criação até a consumação dos séculos. Além do mais afirma que uma só missão não lhe bastaria. Manteve correspondência com dois missionários, a quem extravasava seus ideais de partir em missão.
O ardor missionário de Teresinha se manifesta no seu zelo em salvar almas, isto é, conduzir as pessoas a Deus, fazendo-as cientes do quão são amadas pelo Senhor Misericordioso. Sua missão é fazer Deus amado, adorado, por seu amor, por sua bondade. No Carmelo compreendeu que sua missão era "fazer amado o Rei do céu, submeter-lhe o reino dos corações..."
Terezinha amplia o conceito de missão, levando-nos a compreender que, pela oração, também podemos nos tornar missionários.
A oração é o sustento da ação missionária. A eficácia da evangelização depende da união com Deus. O trabalho de um apóstolo será mais eficaz se ele for um contemplativo. Um contemplativo será tanto mais autêntico quanto mais apostólica for sua intenção.
Neste sentido, Teresinha foi uma apóstola, uma autêntica missionária pois ajudou, pela oração e por sacrifícios, os missionários, participando de seus trabalhos através de seu coração solidário, sedento de conduzir as pessoas ao conhecimento do amor misericordioso de Deus.
Fonte: http://www.santuariosantaterezinha.com.br/santuario/index.php/padroeira-missoes

Foto de bebê com cerca de 8 semanas de gestação (quase 2 meses)
           
O DOM DA VIDA
A vida humana começa no momento da concepção, momento sagrado em que Deus dá a vida a um novo ser humano.
Com apenas 18 dia após a concepção o pequeno ser humano já possui um coração bombeando sangue a todo seu frágil corpinho e um cérebro que começa a se especializar cada vez mais. com apenas 8 semanas (quase 2 meses), o bebê já possui todos os sistemas corporais funcionando, até mesmo impressões digitais. MÃE, SEU BEBEZINHO possui um coração, possui um cérebro, possui uma alma, tem sentimentos, emoções como qualquer outro bebê já nascido e é SEU FILHO(A), inocente e indefeso. MÃE, AME SEU FILHO(A) E PROTEJA-O(A). 

São Maximiliano Kolbe

São Maximiliano Kolbe, mártir da caridade (14 DE AGOSTO)
Maksymilian Maria Kolbe (8 de Janeiro de 1894 - 14 de Agosto de 1941), nascido em Zdunska Wola, como Rajmund Kolbe, foi um frade franciscano da Polónia que se voluntariou para morrer de fome em lugar de um pai de família no campo de concentração nazi de Auschwitz, como castigo pela fuga de um prisioneiro. É venerado pela Igreja.
Filho de uma família de operários profundamente religiosos, que lhe deram pouco conforto material, mas proporcionaram-lhe um ambiente de fé e acolhida da vontade de Deus.
Aos 13 anos, entrou no seminário dos Frades Menores Conventuais e, emitindo sua profissão religiosa, recebeu o nome de Maximiliano Maria. Concluindo os estudos preliminares, foi enviado a Roma para obter doutorado em filosofia e teologia.
Em 1917, movido por um incondicional amor a Maria, fundou o movimento de apostolado mariano “Milícia da Imaculada”. A milícia seria uma ferramenta nas mãos da Medianeira Imaculada para a conversão e santificação de muitos. No ano seguinte, 1918, foi ordenado sacerdote e voltou à sua pátria, onde foi designado para lecionar no Seminário Franciscano, em Cracóvia. Então, organizou o primeiro grupo da milícia fora da Itália.
Durante a Segunda Guerra Mundial deu abrigo a muitos refugiados, incluindo cerca de 2000 judeus. Em 17 de Fevereiro de 1941 é preso pela Gestap e transferido para Auschwitz em 25 de Maio como prisioneiro.
Em Julho de 1941, um homem do bunker de Kolbe foge e como represália, os nazis enviam para uma cela isolada 10 outros prisioneiros para morrer de fome e sede (o prisioneiro fugitivo é mais tarde encontrado morto, afogado numa latrina).
Um dos dez lamenta-se pela família que deixa, dizendo que tinha mulher e filhos, e Kolbe pede para tomar o seu lugar. O pedido é aceite.
Na realidade, o Padre Kolbe aceitava o martírio para praticar heroicamente seu múnus sacerdotal, dando assistência religiosa e ajudando a morrer virtuosamente aqueles pobres condenados. Duas semanas depois, só quatro dos dez homens sobrevivem, incluindo Kolbe. Os nazis decidem então executá-los com uma injeção de ácido carbólico.
O corpo de Maximiliano Kolbe foi cremado e suas cinzas atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, escrevera: “Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo.
Ao final da Guerra, começou um movimento pela beatificação do Frei Maximiliano Maria Kolbe, que ocorreu em 17 de outubro de 1971, pelo Papa Paulo VI.
Em 1982, na presença de Franciszek Gajowniczek, homem cujo lugar tomou e que sobreviveu aos horrores de Auschwitz, São Maximiliano foi canonizado pelo Papa João Paulo II, como mártir da caridade.
Em Julho de 1998 a Igreja de Inglaterra ergueu uma estátua de Kolbe em frente à Abadia de Westminster em Londres, como parte de um conjunto monumental dedicado à memória de dez mártires do século XX.
Fonte: http://formacao.cancaonova.com/igreja/santos/sao-maximiliano-kolbe-martir-da-caridade/


São Gregório de Nazianzo

São Gregório de Nazianzo Por Papa Bento XVI (AGOSTO, 2007)
Fonte: Vaticano/Zenit
Queridos irmãos e irmãs!
Na passada quarta-feira falei de um grande mestre da fé, o Padre da Igreja São Basílio. Hoje gostaria de falar do seu amigo Gregório de Nazianzo, também ele, como Basílio, originário da Capadócia. Teólogo ilustre, orador e defensor da fé cristã no século IV, foi célebre pela sua eloquência, e teve também, como poeta, uma alma requintada e sensível.
Gregório nasceu de uma família nobre. A mãe consagrou-o a Deus desde o nascimento, que aconteceu por volta de 330. Depois da primeira educação familiar, frequentou as mais célebres escolas da sua época: primeiro foi a Cesareia da Capadócia, onde estreitou amizade com Basílio, futuro Bispo daquela cidade, e deteve-se em seguida noutras metrópoles do mundo antigo, como Alexandria do Egipto e sobretudo Atenas, onde encontrou de novo Basílio (cf. Oratio 14-24: SC 384, 146-180). Reevocando a sua amizade, Gregório escreverá mais tarde: “Então não só eu me sentia cheio de veneração pelo meu grande Basílio devido à seriedade dos seus costumes e à maturidade e sabedoria dos seus discursos, mas induzia a fazer o mesmo também a outros, que ainda não o conheciam… Guiava-nos a mesma ansiedade de saber… Esta era a nossa competição: não quem era o primeiro, mas quem permitisse ao outro de o ser. Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos” (Oratio 43, 16.20: SC 384, 154-156.164). São palavras que representam um pouco o auto-retrato desta alma nobre. Mas também se pode imaginar que este homem, que estava fortemente projectado para além dos valores terrenos, tenha sofrido muito pelas coisas deste mundo.
Tendo regressado a casa, Gregório recebeu o Baptismo e orientou-se para uma vida monástica: a solidão, a meditação filosófica e espiritual fascinavam-no. Ele mesmo escreverá: “Nada me parece maior do que isto: fazer calar os próprios sentidos, sair da carne do mundo, recolher-se em si mesmo, não se ocupar mais das coisas humanas, a não ser das que são estritamente necessárias; falar consigo mesmo e com Deus, levar uma vida que transcende as coisas visíveis; levar na alma imagens divinas sempre puras, sem misturar formas terrenas e erróneas; ser verdadeiramente um espelho imaculado de Deus e das coisas divinas, e tornar-se tal cada vez mais, tirando luz da luz…; gozar, na esperança presente, o bem futuro, e conversar com os anjos; ter já deixado a terra, mesmo estando na terra, transportado para o alto com o espírito” (Oratio 2, 7: SC 247, 96).
Como escreve na sua autobiografia (cf. Carmina [historica] 2, 1, 11 De vita sua 340-349: PG 37, 1053), recebeu a ordenação presbiteral com uma certa resistência, porque sabia que depois teria que ser Pastor, ocupar-se dos outros, das suas coisas, e portanto já não podia recolher-se só na meditação. Contudo aceitou depois esta vocação e assumiu o ministério pastoral em total obediência, aceitando, como com frequência lhe aconteceu na sua vida, ser guiado pela Providência aonde não queria ir (cf. Jo 21, 18). Em 371 o seu amigo Basílio, Bispo de Cesareia, contra o desejo do próprio Gregório, quis consagrá-lo Bispo de Sasima, uma Cidade extremamente importante da Capadócia. Mas ele, devido a várias dificuldades, nunca tomou posse dela e permaneceu na cidade de Nazianzo.
Por volta de 379, Gregório foi chamado a Constantinopla, a capital, para guiar a pequena comunidade católica fiel ao Concílio de Niceia e à fé trinitária. A maioria aderia ao contrário ao arianismo, que era “politicamente correcto” e considerado pelos imperadores útil sob o ponto de vista político. Deste modo ele encontrou-se em condições de minoria, circundado por hostilidades.
Na pequena igreja de Anastasis pronunciou cinco Discursos teológicos (Orationes 27-31: SC 250, 70-343) precisamente para defender e tornar também inteligível a fé trinitária, a habilidade do raciocínio, que faz compreender realmente que esta é a lógica divina. E também o esplendor da forma os torna hoje fascinantes. Gregório recebeu, devido a estes discursos, o apelativo de “teólogo”. Assim é chamado na Igreja ortodoxa: o “teólogo”. E isto porque para ele a teologia não é uma reflexão meramente humana, ou muito menos apenas o fruto de especulações complicadas, mas deriva de uma vida de oração e de santidade, de um diálogo assíduo com Deus. E precisamente assim mostra à nossa razão a realidade de Deus, o mistério trinitário. No silêncio contemplativo, imbuído de admiração diante das maravilhas do mistério revelado, a alma acolhe a beleza e a glória divina.
Enquanto participava no segundo Concílio Ecuménico de 381, Gregório foi eleito Bispo de Constantinopla, e assumiu a presidência do Concílio. Mas desencadeou-se imediatamente contra ele uma grande oposição, e a situação tornou-se insustentável. Para uma alma tão sensível estas inimizades eram insuportáveis. Repetia-se o que Gregório já tinha lamentado anteriormente com palavras ardentes: “Dividimos Cristo, nós que tanto amávamos Deus e Cristo! Mentimos uns aos outros devido à Verdade, alimentámos sentimentos de ódio devido ao Amor, dividimo-nos uns dos outros!” (Oratio 6, 3: SC 405, 128). Chega-se assim, num clima de tensão, à sua demissão. Na catedral apinhada Gregório pronunciou um discurso de despedida com grande afecto e dignidade (cf Oratio 42: SC 384, 48-114). Concluía a sua fervorosa intervenção com estas palavras: “Adeus, grande cidade, amada por Cristo… Meus filhos, suplico-vos, guardai o depósito [da fé] que vos foi confiado (cf. 1 Tm 6, 20), recordai-vos dos meus sofrimentos (cf. Cl 4, 18). Que a graça do nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos vós” (cf. Oratio 42, 27: SC 384, 112-114).
Regressou a Nazianzo, e por cerca de dois anos dedicou-se ao cuidado pastoral daquela comunidade cristã. Depois retirou-se definitivamente em solidão na vizinha Arianzo, a sua terra natal, dedicando-se ao estudo e à vida ascética. Nesse período compôs a maior parte da sua obra poética, sobretudo autobiográfica: o De vita sua, uma releitura em versos do próprio caminho humano e espiritual, um caminho exemplar de um cristão sofredor, de um homem de grande interioridade num mundo cheio de conflitos. É um homem que nos faz sentir a primazia de Deus e por isso fala também a nós, a este nosso mundo: sem Deus o homem perde a sua grandeza, sem Deus não há verdadeiro humanismo. Por isso, ouçamos esta voz e procuremos conhecer também nós o rosto de Deus. Numa das suas poesias escrevera, dirigindo-se a Deus: “Sê benigno, Tu, o Além de tudo” (Carmina [dogmatica] 1, 1, 29: PG 37, 508). E em 390 Deus acolheu nos seus braços este servo fiel, que com inteligência perspicaz tinha defendido nos escritos, e com tanto amor o tinha cantado nas suas poesias.
Alguns de seus ensinamentos.
Refletindo sobre a missão que Deus lhe havia confiado, São Gregório Nazianzeno concluía: «Fui criado para ascender até Deus com minhas ações» («Oratio 14, 6 de pauperum amore»: PG 35, 865). De fato, pôs ao serviço de Deus e da Igreja seu talento de escritor e orador. Escreveu numerosos discursos, homilias e panegíricos, muitas cartas e obras poéticas (quase 18.000 versos): uma atividade verdadeiramente prodigiosa. Havia compreendido qual era a missão que Deus lhe havia confiado: «Servo da Palavra, oferece minha adesão ao ministério da Palavra, que nunca me permita descuidar desse bem. Eu aprecio e me alegro com esta vocação; ela me dá mais alegria que todo o resto» («Oratio 6,5»: SC 405, 134; cf. também «Oratio 4, 10»).
O nazianzeno era um homem manso, e em sua vida sempre procurou promover a paz na Igreja de seu tempo, dilacerada por discórdias e heresias. Com audácia evangélica, ele se esforçou por superar sua própria timidez para proclamar a verdade da fé. Sentia profundamente o anseio de aproximar-se de Deus, de unir-se a Ele. Ele mesmo o expressa em uma poesia, na qual escreve: «grandes correntes do mar da vida, agitado daqui para lá por impetuosos ventos… Havia só uma coisa que queria, minha única riqueza, consolo e esquecimento dos cansaços, a luz da santa Trindade» («Carmina [histórica]» 2,1,15: PG 37, 1250ss.).
Gregório fez resplandecer a luz da Trindade, defendendo a fé proclamada no Concílio de Nicéia: um só Deus em três Pessoas iguais e distintas – Pai, Filho e Espírito Santo –, «tripla luz que se une em um único esplendor» («Hino vespertino: Carmina [histórica]» 2, 1, 32:PG 37, 512). Deste modo, Gregório, seguindo São Paulo (1 Coríntios 8, 6), afirma: «para nós há um Deus, o Pai, do qual procedem todas as coisas; um Senhor, Jesus Cristo, por quem são todas as coisas, e um Espírito Santo, no qual estão todas as coisas» («Oratio 39», 12: SC 358, 172).
Gregório destacou muito a plena humanidade de Cristo: para redimir o homem em sua totalidade de corpo, alma e espírito, Cristo assumiu todos os componentes da natureza humana, do contrário o homem não teria sido salvo. Contra a heresia de Apolinário, que assegurava que Jesus Cristo não havia assumido uma alma racional, Gregório enfrenta o problema à luz do mistério da salvação: «O que não foi assumido não foi curado» (Epístola 101», 32: SC 208, 50), e se Cristo não tivesse tido «intelecto racional, como teria podido ser homem?» («Epístola 101», 34: SC 208, 50). Precisamente nosso intelecto, nossa razão, tinha necessidade da relação, do encontro com Deus em Cristo. Ao fazer-se homem, Cristo nos deu a possibilidade de chegar a ser como Ele. O nazianzeno exorta: «Procuremos ser como Cristo, pois também Cristo se fez como nós: ser como deuses por meio d’Ele, pois Ele mesmo se fez homem por nós. Carregou o pior para dar-nos o melhor» («Oratio 1,5»: SC 247, 78).
Maria, que deu a natureza humana a Cristo, é verdadeira Mãe de Deus («Theotókos»: cf. «Epístola 101», 16: SC 208, 42), e de cara a sua elevadíssima missão foi «pré-purificada» («Oratio 38», 13: SC 358, 132, apresentando uma espécie de distante prelúdio do dogma da Imaculada Conceição). Propõe Maria como modelo dos cristãos, sobretudo às virgens, e como auxílio que é preciso invocar nas necessidades (cf. «Oratio 24», 11: SC 282, 60-64).
Gregório nos recorda que, como pessoas humanas, temos de ser solidários uns com os outros. Escreve: «‘Nós, sendo muitos, não formulamos mais que um só corpo em Cristo’ (cf. Romanos 12, 5), ricos e pobres, escravos e livres, sadios e enfermos: e única é a cabeça da qual tudo deriva: Jesus Cristo. E como acontece com os membros de um só corpo, cada um se ocupa de cada um, e todos de todos».
Depois, referindo-se aos enfermos e às pessoas que atravessam dificuldades, conclui: «Esta é a única salvação para nossa carne e nossa alma: a caridade para com eles» («Oratio 14, 8 de pauperum amore»: PG 35, 868ab).
Gregório sublinha que o homem tem de imitar a bondade e o amor de Deus e, portanto, recomenda: «Se estás sadio e és rico, alivia a necessidade de quem está enfermo e é pobre; se não caíste, ajuda quem caiu e vive no sofrimento; se estás contente, consola quem está triste; se és afortunado, ajuda quem foi mordido pela desventura. Dá a Deus uma prova de reconhecimento para que sejas um dos que podem fazer o bem, e não dos que têm de ser ajudados… Não sejas rico de bens, mas de piedade; não só de ouro, mas de virtudes, ou melhor, só desta. Supera a fama de teu próximo sendo melhor bom que todos; converte-se em Deus para o desventurado, imitando a misericórdia de Deus» («Oratio 14, 26 de pauperum amore»: PG 35, 892bc).
Gregório nos ensina, antes de tudo, a importância da necessidade da oração. Afirma que «é necessário se lembrar de Deus com mais freqüência do que respiramos» («Oratio 27», 4: PG 250, 78), pois a oração é o encontro da sede de Deus com nossa sede. Deus tem sede de que tenhamos sede d’Ele (cf. «Oratio 40», 27: SC 358, 260). Na oração, temos que dirigir nosso coração a Deus para entregar-nos a Ele como oferenda que deve ser purificada e transformada. Na oração, vemos tudo à luz de Cristo, deixamos cair nossas máscaras e nos submergimos na verdade e na escuta de Deus, alimentando o fogo do amor.
Em uma poesia, que ao mesmo tempo é meditação sobre o sentido da vida e invocação implícita de Deus, Gregório escreve: «Alma minha, tens uma tarefa, se queres, uma grande tarefa. Escruta seriamente em teu interior, teu ser, teu destino; de onde vens e para onde irás, procura saber se é vida a que vives ou se há algo mais. Alma minha, tens uma tarefa, purifica, portanto, tua vida: considera, por favor, Deus e seus mistérios, indaga no que havia antes deste universo, e o que é para ti, de onde procede e qual será seu destino. Esta é tua tarefa, alma minha, portanto, purifica tua vida» («Carmina [histórica] 2», 1,78: PG 37, 1425-1426).
O santo bispo pede continuamente ajuda a Cristo para elevar-se e reiniciar o caminho: «Decepcionou-me, Cristo meu, minha exagerada presunção: das alturas caí muito baixo. Mas, volta a levantar-me novamente agora, pois vejo que enganei a mim mesmo; se volto a confiar demais em mim mesmo, voltarei a cair imediatamente, e a queda será fatal» («Carmina [histórica] 2», 1, 67: PG 37, 1408).
Gregório, portanto, sentiu necessidade de aproximar-se de Deus para superar o cansaço de seu próprio eu. Experimentou o impulso da alma, a vivacidade de um espírito sensível e a instabilidade da felicidade efêmera. Para ele, no drama de uma vida sobre a qual pesava a consciência de sua própria fraqueza e de sua própria miséria, sempre foi mais forte a experiência do amor de Deus.
Tens uma tarefa – diz São Gregório também a nós –, a tarefa de encontrar a verdadeira luz, de encontrar a verdadeira altura de tua vida. E tua vida consiste em encontrar-te com Deus, de quem temos sede.